terça-feira, 16 de junho de 2020
Sobre Lucas. Sobre Arnaldo. Sobre mim. Sobre a gente.
Lucas foi o primeiro a chegar. Me viu afundando numa bad sem fim e disse que isso tinha que acabar. Me apresentou a Arnaldo. Seguimos juntos a partir dali.
Arnaldo me abraçou. No início não sabíamos como conversar. Depois disso eu já estava frequentando a sua casa.
Lucas sempre apostou todas as fichas. Amou com todas as forças. Com ele era tudo ou nada. Isso sempre me encorajou, apesar de me sentir o mais medroso entre eles.
Arnaldo nunca quis desapontar. Olhava desconfiado, mas topava tudo. No fim sempre valia a pena por estarmos juntos.
A gente costumava pegar estrada e falar sobre os nossos sonhos. A gente bebia e alucinava com LSD. Dizíamos que nunca íamos parar. Não paramos.
Lucas parou! Ele viu a dor e foi tratar.
Está se cuidando. Esse momento é dele. Já aconteceu outras vezes. Eu já fiz isso. Todos já fizemos.
Arnaldo veio, tomou um chá, deu boas risadas e foi embora. Nunca de fato soube como ele se sente com tudo. Sempre com um sorriso no rosto e brindando. Sua risada contagia a tudo e a todos. É inevitável. Não é que ele não tenha problemas, ele tem. Mas parece encarar de outra forma. Talvez.
Eu estou amargurado. Entendiado. Sempre estou reclamando e fico cansado de mim mesmo. A falta de perspectiva me deixa angustiado. A melancolia, o clichê da rotina, sair da rotina, tudo pesa como se eu carregasse o mundo.
Não é sobre desprezar o que sente, mas sim sobre lidar com isso e deixar fluir de outras formas.
Eu olho meus amigos em suas vidas e sempre me inspiro para prosseguir, seja como Arnaldo se divertindo para não afundar ou como Lucas reconhecendo a hora de parar. Os dois modos são legítimos. Temos nossos limites.
Estamos todos sobrevivendo. Lidando a sua maneira, em um único objetivo.
“Devo dizer que as minhas referências são as pessoas comuns sobrevivendo ao agora.”
Lee’
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