terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Sobre términos

Dizem que o primeiro amor a gente nunca esquece.
A primeira decepção também não.
Encarar o primeiro término não foi fácil, romance tolo, no qual sacrificamos tudo e todos por acreditar que valia a pena. Fiz planos e fantasiei sem medo uma vida perfeita, até acontecer a primeira traição.
"Está perdoado!"
Continuamos seguindo, mas o mesmo erro se repetiu por outras vezes, até que os laços que nos uniam já não eram mais os mesmos. Não demorou muito e conheci o segundo, esse foi o mais perto que eu cheguei de morrer. Casamos depois do 5° mês de namoro e logo em seguida adotamos um cachorro. Viajávamos, tínhamos amigos, parecia tudo perfeito, até que o meu pior pesadelo se repetiu, enquanto eu viajava, ele conheceu outro rapaz e acabaram ficando.
"Está perdoado!"
Nos primeiros dias não conseguíamos conversar, parecia que tinha uma barreira entre a gente, e tinha. Um mês depois, quando completamos um ano de namoro, ele terminou comigo alegando não gostar o suficiente para continuarmos juntos. Eu vi, mais uma vez, tudo que eu tinha planejado ir por água abaixo, e eu não podia fazer nada pra conter. Fiquei sem o namorado, sem o cachorro, entrei em depressão, comecei a tomar remédios e a fazer terapia – esses me acompanham até hoje. Apesar de desacreditado para o amor, conheci o terceiro, tentei ser o mais cauteloso possível. Por morarmos em cidades diferentes, viajei algumas vezes e fiquei hospedado na casa dele. Mais uma vez eu estava sentindo aquela euforia de estar com alguém. Quando eu já estava bem envolvido, ele me disse que precisávamos ir com calma. Ele sumiu. Em dois dias descobri que ele tinha voltado para o antigo namorado. Talvez esse tenha sido o mais fácil de superar, comprei cinco garrafas de vinho, na última garrafa já não doía tanto.

Lee.